A lenda do bacalhau fantasma
Em um nublado final de semana vimo-nos com alguns filés de peixe grelhados aqui em casa, que precisavam de acompanhamento. Minha primeira ideia foi ir atrás das ancestrais receitas do bacalhau ao forno. Só mudei (claro) algumas coisinhas:
- 1 kg de batatas cozidas em água e sal (gostosas e boas para os músculos)
- 3 cenouras médias (cortadas em tiras e cozidas em água e sal)
- 3 cebolas cortadas em oito (corte-as no meio, junte as duas partes, corte-as no meio de novo, gire-as 90 graus e corte mais uma vez)
- uma colher de sopa de alcaparras (ou duas - claro, você pode pensar em substituir por azeitonas, mas não seria minha primeira opção - nem a segunda)
- 4 ovos cozidos, descascados e fatiados
- sal a gosto
- azeite à vontade
- outros temperos (não acho que precise, de forma nenhuma)
Para um melhor aproveitamento do tempo, cozinhei em água e sal as batatas em uma panela e as cenouras em outra, enquanto dourava as cebolas lambuzadas em azeite em uma forma refratária no forno e cozinhava os ovos em mais uma panelinha. Tenho de admitir que usar mais de uma boca do fogão ao mesmo tempo te faz sentir a aura de um grande poder. Além disso, ajuda também o ritual de testar batatas e cenouras com o garfo, para ver se já estão bem cozidas. Fácil foi depois juntar na forma refratária todos os ingredientes, regá-los com azeite e levá-los ao forno. Fica pronto (o que quer dizer, tudo com uma casquinha de assado no forno) em pouco tempo.
Como estava tudo quentinho e muito cheiroso, ficamos com o acompanhamento e deixamos o principal de lado. E tivemos uma surpresa interessante. Sentimos claramente o gosto do bacalhau no prato. Ficou a dúvida: será que estamos tão acostumados a comer bacalhoada que o sabor das batatas e azeite, a cebola e as alcaparras nos fazem presumir a presença do bacalhau? Ou será que estamos tão acostumados a comer por aí o “batatalhau” (pratos que deveriam ter bacalhau, mas não o têm) que não nos lembramos mais como era o sabor do peixe? Seja como for, sentimos fortemente a presença do bacalhau, embora ele lá não estivesse manifestado em forma corpórea.
E, dessa forma, vimos surgir mais uma lenda urbana, na figura do “bacalhau fantasma”. Mas novamente nossa coragem em enfrentar o sobrenatural foi recompensada, e o prato estava é muito bom. Claro que você pode querer ser mais convencional e dessalgar um meio quilo de bacalhau desfiado em leite por um ou dois dias e incluí-lo entre os ingredientes acima antes de colocá-los no forno. Mas aí não vai ter mágica.
- 1 kg de batatas cozidas em água e sal (gostosas e boas para os músculos)
- 3 cenouras médias (cortadas em tiras e cozidas em água e sal)
- 3 cebolas cortadas em oito (corte-as no meio, junte as duas partes, corte-as no meio de novo, gire-as 90 graus e corte mais uma vez)
- uma colher de sopa de alcaparras (ou duas - claro, você pode pensar em substituir por azeitonas, mas não seria minha primeira opção - nem a segunda)
- 4 ovos cozidos, descascados e fatiados
- sal a gosto
- azeite à vontade
- outros temperos (não acho que precise, de forma nenhuma)
Para um melhor aproveitamento do tempo, cozinhei em água e sal as batatas em uma panela e as cenouras em outra, enquanto dourava as cebolas lambuzadas em azeite em uma forma refratária no forno e cozinhava os ovos em mais uma panelinha. Tenho de admitir que usar mais de uma boca do fogão ao mesmo tempo te faz sentir a aura de um grande poder. Além disso, ajuda também o ritual de testar batatas e cenouras com o garfo, para ver se já estão bem cozidas. Fácil foi depois juntar na forma refratária todos os ingredientes, regá-los com azeite e levá-los ao forno. Fica pronto (o que quer dizer, tudo com uma casquinha de assado no forno) em pouco tempo.
Como estava tudo quentinho e muito cheiroso, ficamos com o acompanhamento e deixamos o principal de lado. E tivemos uma surpresa interessante. Sentimos claramente o gosto do bacalhau no prato. Ficou a dúvida: será que estamos tão acostumados a comer bacalhoada que o sabor das batatas e azeite, a cebola e as alcaparras nos fazem presumir a presença do bacalhau? Ou será que estamos tão acostumados a comer por aí o “batatalhau” (pratos que deveriam ter bacalhau, mas não o têm) que não nos lembramos mais como era o sabor do peixe? Seja como for, sentimos fortemente a presença do bacalhau, embora ele lá não estivesse manifestado em forma corpórea.
E, dessa forma, vimos surgir mais uma lenda urbana, na figura do “bacalhau fantasma”. Mas novamente nossa coragem em enfrentar o sobrenatural foi recompensada, e o prato estava é muito bom. Claro que você pode querer ser mais convencional e dessalgar um meio quilo de bacalhau desfiado em leite por um ou dois dias e incluí-lo entre os ingredientes acima antes de colocá-los no forno. Mas aí não vai ter mágica.
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