Cuba libre, não sei - mas nós, por alguns instantes, chegávamos a ser

Cuba libre é uma bebida cujo nome traz uma forte relação com as décadas de 60 e 70 e a ideologia da guerra fria, uma forma de propaganda que trazia a ideia implícita de que Cuba (muito bem representada pelo rum) teria um frescor de liberdade estando junto com os EUA (bem... a coca-cola). Para mim, as associações com a liberdade nessa época são outras. Lembro-me dos adolescentes de então que, acostumados a consumir somente o refrigerante (não nas quantidades, nem na frequência de hoje), sentiam-se nas festas um pouco libertos da rígida moral da época, pelo consumo do álcool (não nas quantidades, nem na frequência de hoje) em seus drinks.

Esse drink é uma boa maneira de aliviar algum repentino surto de nostalgia que você tiver dessa época, mesmo se não a tiver vivido. Fazer, é fácil. Coloque algumas pedras de gelo em um copo alto, uma dose de rum, uma fatia de limão e preencha o copo com coca-cola gelada. Não esprema limão na bebida. Também não me venha com aquela ideia maluca de empoleirar uma fatia de limão cortada na borda do copo. A fatia de limão intocada dentro da bebida já dá a ela o frescor necessário. E tome cuidado para não perder o controle e aumentar demais a dose de rum nos drinks posteriores, o que às vezes acontece.

Provavelmente muitos casais felizes para sempre e suas consequentes numerosas famílias tiveram sua origem em um dos inocentes bailinhos de então, nos quais um tímido rapaz, embalado por zero vírgula qualquer coisa de álcool, enchia-se de coragem e ia gaguejar um pedido de namoro à sua amada, que imagino, muitas vezes por pura pena, acabava por dar uma chance ao atrapalhado. E por aí assim, entre trancos e barrancos, caminhou por algum tempo a humanidade. Os tempos mudaram, mas o drink, esse ficou entre nós. E viva a liberdade!

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