Cozinhar brócolis é como fazer espaguete - e a volta por cima

Cozinhar brócolis é relativamente fácil. É só separar os brochetes com minha faca para legumes e deixá-los para higienizar em um recipiente com água e um preparado de cloro, disponível na seção de verduras dos supermercados. Depois é por um pouco de água com sal para ferver e, com a água fervendo, colocar os brochetes por dois minutos. Após esse tempo, retirá-los e colocá-los em um escorredor, molhá-los com com um pouco de água fria, para que não continuem a cozinhar em seu próprio calor, e deixá-los para secar, verdinhos e crocantes.

Não é rápido e fácil? Mas por incrível que pareça, nas últimas três vezes que fui cozinhar brócolis, estraguei tudo, colocando os brochetes em uma panela em água fria e deixando-os lá em fogo alto até cozinhar. Ficam aguados. Quando lembro do procedimento certo, já foi. E brócolis não é tão barato assim.

Por que essa reincidência no erro em procedimentos tão básicos? Ó Senhor, será que algum espírito brincalhão vem confundir minha mente logo assim que começo a separar os brochetes de brócolis? Nessas (infelizmente não tão raras) ocasiões de desastres culinários, imagino um bando de centenas de menininhas chinesas, que aos três anos já fazem um lámen igualzinho aos de suas antepassadas milenares, rolando de rir de mim sem parar com suas lindas e irritantes risadinhas, e começo a pensar se na próxima reencarnação não seria mais apropriado eu voltar como um caracol. Mas não, como sempre, não iria dar a mão à palmatória fácil assim.

Levantei cedo e fui comprar um pé de brócolis e, dessa vez, fiz tudo certinho. Mas agora não iria deixar essa questão ser resolvida assim sem dar a volta por cima. Em vez de simplesmente espalhar alho frito por sobre os brochetes, fiz algo diferente. Em uma frigideira, dourei um dente de alho em um fio de azeite, junto com um punhado de sementes de gergelim. Despejei o alho e o gergelim sobre algumas folhas de papel toalha, para eliminar o excesso de óleo. Em seguida, espalhei as sementes de gergelim sobre os brochetes, conseguindo os sabores de alho e gergelim para enriquecer o sabor do brócolis.

Voilá. O intrépido cozinheiro está de volta e a harmonia voltou a reinar no universo. E fica aqui essa postagem, com um título chamativo, para que eu me lembre de não errar de novo. E só por segurança, caso tenha sido um bom espírito a me confundir na hora de cozinhar o brócolis, para me mostrar a importância de se prestar atenção até mesmo nas tarefas mais simples, peço perdão. Quanto às menininhas chinesas, ainda vou pensar se as desculpo.

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