Gerenciamento de projetos ao pé do fogão

Uma vez minha mãe me disse: O importante na cozinha é conseguir fazer tudo ao mesmo tempo. Isso porque em casa você vai servir a refeição de uma vez só, é claro. A menos que fique cozinhando o tempo todo enquanto os outros comem.

Nesse faz tudo ao mesmo tempo, tem coisas que você pode deixar para mais tarde e tem coisas que realmente você precisa deixar para o fim; tem coisas que você precisa fazer antes de qualquer outra coisa e tem coisas que você pode fazer antes para usar depois. Nesse entremeio, você decide o que vai conseguir fazer tudo junto.

Receitas normalmente indicam o tempo de preparo, mas não a atenção que você vai precisar dedicar a elas. Essa atenção, na verdade, me faz tomar muito mais tempo a receita do molho branco, que caprichosamente não me deixa fazer mais nada, do que a do molho de tomate, que posso deixar lá cozinhando tranquilamente e fazer outras coisas.

Esse “tranquilamente”, por sua vez, envolve a outra questão, a precisão – há receitas que não lhe trarão problema nenhum se deixadas lá no fogo por alguns minutos a mais, em outras, há até cozinheiros que cozinham com o cronômetro ao lado. Então temos o tempo, a atenção e a precisão a considerar.

Esse meu gosto em organizar atividades e recursos foi já devidamente e recentemente recompensado com um curso sobre a Gestão de Projetos, que acabei de concluir. O melhor dessa disciplina é que quando você tem uma coisa muito complicada a fazer, é colocar no papel que você terá a impressão de que aquilo será plenamente possível.

Claro que aqui uma ressalva é necessária: tenho que dizer que, a priori, uma receita não seria exatamente um projeto. Mas, vou pensar daqui para frente em considerá-las como tal. Como já disse, minhas receitas não são exatamente atividades rotineiras, mas sim empreendimentos com restrições, altas expectativas e riscos.

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