Loterias e motivações
A priori, não tem muito a ver com a cozinha, mas é que há uma lotérica na entrada do supermercado – temos um grande prêmio em jogo na loteria de fim de ano – e não resisto a analisar o comportamento dos consumidores, isso é, qualquer coisa que faça um sujeito tirar o dinheiro do bolso e ficar feliz com isso. Antes, cabe aqui observar que eu nunca apostei em cartas ou animais, detestaria apostar até mesmo uma cervejinha na mesa de sinuca e nunca chegaria perto de uma roleta. Então podem ficar tranquilos que não estou defendendo o jogo, mas apenas brincando um pouco de marketing e estatística.
Sempre ouço aquela história de que as loterias são um “imposto sobre burrice”, porque a probabilidade de se ganhar um grande prêmio é de uma em algumas dezenas de milhões. Em minha humilde opinião, o autor desse comentário não levou em consideração todos os pontos de vista da questão; aliás, como sói acontecer com aqueles que têm inclinação a ridicularizar os outros.
Acredito ser altamente provável que o comportamento do apostador seja inconscientemente dirigido pela seguinte pergunta: “Quais são as probabilidades de eu enriquecer e mudar de vida até a semana que vem se eu apostar e se eu não apostar?” Se não apostar, normalmente será zero. Isso torna infinitamente mais provável mudar de vida apostando do que não apostando.
Sempre ouço aquela história de que as loterias são um “imposto sobre burrice”, porque a probabilidade de se ganhar um grande prêmio é de uma em algumas dezenas de milhões. Em minha humilde opinião, o autor desse comentário não levou em consideração todos os pontos de vista da questão; aliás, como sói acontecer com aqueles que têm inclinação a ridicularizar os outros.
Acredito ser altamente provável que o comportamento do apostador seja inconscientemente dirigido pela seguinte pergunta: “Quais são as probabilidades de eu enriquecer e mudar de vida até a semana que vem se eu apostar e se eu não apostar?” Se não apostar, normalmente será zero. Isso torna infinitamente mais provável mudar de vida apostando do que não apostando.
A resposta a essa pergunta a meu ver explicaria o fato das pessoas apostarem contra altas probabilidades de insucesso e tornaria a decisão de apostar dependente apenas dos valores do prêmio e da aposta, além, é claro, da renda da pessoa e possivelmente de outros fatores contextuais, como por exemplo, a criação de um bolão pelos amigos. Toda certeza é cega e todo comportamento tem motivação; a questão é fazer a pergunta certa – ou melhor, analisar um conjunto de perguntas possíveis e provavelmente pertinentes.
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