A plantação de salsinha

Tive a ideia de plantar uns pés de salsinha em casa. Certamente teria salsinha fresca sempre que quisesse, exatamente na quantidade necessária, sem perder nada na geladeira. Isso animou imediatamente D. Angelina, que adora uma novidade. Em poucos dias, veio com o saquinho de sementes, vaso, terra com um pouco de fertilizante e outros itens que não identifiquei assim de pronto.

Depois de alguns dias, novamente me foi comprovado o que eu já havia descoberto desde pequeno: que esse negócio de planta sair de semente é algo que só funciona em programas rurais da televisão e em experiências com grãos de feijão. A gente afunda aquilo na terra e fica semanas esperando sair uma folhinha.

Chegou uma hora que ela me apareceu com umas mudinhas de salsinha um pouco crescidas – em uma espécie de terceirização do processo de geminação das sementes, que não estava lá indo muito bem. Escavou o vaso e plantou as mudas lá no vaso. Assim fica mais fácil. Acompanhando o seu raciocínio, comentei: “Ótimo, D. Angelina, se isso também não der certo, a senhora pode comprar um maço de salsinha no mercado e espetar nesse vaso, que pelo menos eu vou saber onde está quando precisar.”

Ela riu para mim com ar de Mestre Jedi e a luz da compreensão nirvânica explodiu em minha mente. O que traduzido para o português, seria: tá bom, entendi o recado. Rapidamente sumiram de minha área de serviço o vaso, a terra, o fertilizante, as sementes, mudas e tudo o mais. O duro é agora aguentá-la desfilando com o maço de cheiro verde prontinho na mão pela casa.

Ela poderia simplesmente dizer que minha ideia não era lá muito esperta, mas acho que prefere adotar a filosofia pedagógica do “quebre a cara para entender”. De qualquer forma, foi assim que procurei pelos melhores métodos para se conservar a salsinha, que descrevi em Aproveitando a salsinha.

Comentários

Postagens mais visitadas