Pelas sacolas biodegradáveis

Vi algumas discussões sobre o banimento das sacolas plásticas do mercado. São confeccionadas com polietileno de baixa densidade, que leva até 300 anos para ser dissolvido pela natureza. Bom, se é assim, o uso desse material deveria ter sido banido já há muito tempo.
Uma ou duas décadas atrás, havia uma brincadeira chamada “descubra se você é pobre”, com uma lista de coisas que diziam que os pobres faziam, entre as quais usar sacolas plásticas de mercado como sacos de lixo e colocar bombril na antena da televisão. Eu achava que isso era coisa antiga, pois hoje em dia temos de reaproveitar o que pudermos. Mas aparentemente algumas pessoas pegam carona nessa ideia, em um ato falho um tanto elitista, para falarem mal da pobre da classe média, que deveria largar de poluir a natureza, entre outras coisas malévolas que dizem que a classe média faz, botar as mãos nos bolsos e comprar sacos específicos para lixo. Acho essa uma despesa plenamente possível; só fico preocupado em saber se alguém se preocupou em averiguar de que material são feitos os sacos plásticos produzidos especificamente para o lixo, porque se esses também agredirem a natureza, aí não vai adiantar nada. Eu fui ver pessoalmente no mercado do que esses sacos são feitos. Adivinhem: polietileno. Pois é.
Continuando minhas pesquisas, descobri que existe um aditivo que torna os plásticos biodegradáveis, chamado TDPA (http://www.conpet.gov.br/noticias/noticia.php?segmento=&id_noticia=1126), que pode ser usado em sacolas de mercado. O que me deixou pasmo foi a informação de que o uso desse aditivo significaria um aumento de preço de apenas 5 ou 6% nas sacolas plásticas. Pensei que fosse muito mais e gostaria que alguém me confirmasse esse dado. Eu simplesmente não acredito que toda essa discussão seja causada por causa de 6% de uma sacolinha plástica. É muita vontade de dar lição de moral nos outros. Então a grande dica do dia é incentivar o uso de sacolas feitas de plásticos biodegradáveis. Se os mercados quiserem cobrar, que cobrem. Se quiserem dar de graça para enfrentarem a concorrência, ótimo.
O que peço para o momento é que as caixas de alguns supermercados parem de aproveitar as boas intenções ecológicas para olhar feio cada vez que eu pego uma sacolinha a mais. O que faço porque ando com as tais sacolas uns 5 ou 6 quarteirões e não quero passar pelo desastre de ver algo se romper e derrubar todas as minhas compras no chão. Convenhamos: não fui eu que inventei esse polietileno tenebroso, certamente não fui o responsável pela compra de sacolas feitas desse material pelo supermercado e tampouco fico criticando quem polui o meio ambiente indo ao supermercado de automóvel – aliás, se houvesse o tal do mercado de taxa de carbono para pessoas, seria até capaz de eu ficar rico, pois 19 em 20 vezes, vou a pé. Vão olhar feio para quem merece.

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